segunda-feira, 20 de abril de 2015

A situação está seca/Brasil

Seca deixa 56 cidades em colapso por falta d’água no NordesteGabriel Castro, Veja Brasília - 01/04/2015 às 18:45

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O governo federal informou na terça-feira (31/03) que 56 municípios do Nordeste do país estão em situação de colapso por falta de água. A chegada de abril marca também o fim da fase mais intensa de chuvas, e a partir de agora o volume pluviométrico só deve subir no segundo semestre.
De acordo com o cenário apresentado por um grupo de ministros, esse número poderá chegar a 105 em breve porque a situação é crítica em outras 49 localidades.
A avaliação é que as chuvas nos primeiros três meses do ano não foram suficientes para devolver os reservatórios da região a um cenário adequado.
“A partir de quatro dias sem água durante a semana a situação começa a ficar mais grave”, afirmou o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi. Segundo ele, o governo ainda não decidiu os detalhes da ajuda emergencial a esses municípios, mas o principal objetivo é garantir o abastecimento das regiões urbanas – as áreas rurais já estão sendo atendidas por caminhões-pipa do Exército.
O ministro também afirmou que a situação só deve se aproximar de uma solução definitiva com a conclusão de obras como a transposição do São Francisco, que está atrasada. A nova promessa de término do empreendimento é para o fim de 2016.
Ainda de acordo com o levantamento feito pelo governo federal, a situação no Sudestepermanece crítica porque o período de chuvas mais intensas não aumentou da forma necessária o volume dos reservatórios.
No Sistema Cantareira, por exemplo, a vazão atual é um terço daquela considerada normal. “O sistema está sendo gerido com todas as salvaguardas e seguranças mas as pessoas têm de ter consciência (…) do desafio de recuperar o reservatório. O que choveu não foi suficiente”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
As obras de infraestrutura hídrica na região, que são tocadas pelos governos estaduais, devem surtir efeito em cerca de doze meses.
Para abril, a previsão é de chuvas dentro da média histórica, que representa um terço da média de março.
Foto: Fernando Frazão/Fotos Públicas

Que situação vive o Brasil...

Redação / VEJA.com - 17/04/2015 às 13:30

Após determinação da Justiça, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) começou a divulgar nesta quinta-feira o índice negativo do Sistema Cantareira, que opera desde julho de 2014 exclusivamente com água do volume morto das represas, que fica abaixo do nível dos túneis de captação. O índice negativo é o mais próximo da realidade, uma vez que indica que o sistema não recuperou sua dependência das reservas de água que não eram usadas antes da crise hídrica do ano passado.
Trata-se do terceiro índice diferente que a Sabesp publica sobre o nível do manancial desde o início da crise. Neste caso, toda água do volume morto usada e ainda não recuperada, 91,9 bilhões de litros, é considerada negativa, porque fica abaixo do nível zero operacional. Por esse método, o nível do Cantareira ontem era de – 9,4%. A nova metodologia é mais próxima das utilizada pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A diferença havia sido apontada em reportagem do site da VEJA no mês passado.
Até agora, a Sabesp divulgava dois índices que consideram o volume morto como acréscimo à capacidade original do sistema, uma conta artificial. No primeiro deles, que era de 19,9% nesta quinta, a empresa não inclui as duas cotas da reserva profunda na capacidade total. Se forem incluídos os 287,5 bilhões de litros das cotas de volume morto na capacidade total de armazenamento, o nível cai para 15,4%.
A determinação para divulgar o índice negativo foi dada nesta quinta-feira em decisão liminar concedida pelo juiz Evandro Carlos de Oliveira, da 7ª Vara de Fazenda Pública, com base em uma ação civil pública movida pelo Ministério Público de São Paulo no último dia 10. Para os promotores, o objetivo da ação é que a população seja “expressamente advertida da gravidade da situação de armazenamento no Sistema Cantareira”.
Ao conceder a liminar, o juiz afirmou que “a divulgação da informação tal como veiculada contém nítida capacidade de induzir o consumidor a erro, uma vez que a utilização dos volumes das reservas técnicas (situação excepcional) para a aferição do volume real disponível cria a ilusão de que o sistema está positivo (fato que não corresponde à realidade quando analisado apenas o volume útil) e pode induzir o consumo imoderado do escasso bem”. Em nota, a Sabesp afirmou que não recebeu a notificação da liminar e se manifestará formalmente em juízo. Segundo a companhia, “todos os dados relativos aos índices dos mananciais e, em particular do Cantareira, estão no site da Companhia com total transparência”.