Os pais são para
educar e os avós para deseducar, né?
Isabel Parolin
Autora dos livros
"Pais & educadores: quem tem tempo de educar?" e "Pais e
educadores: é proibido proibir?".
Não! Decididamente, não!
Tenho ouvido a
afirmativa acima com mais frequência desde que me tornei avó de dois netos e
meio (o último deverá nascer em agosto de 2008). Percebo que as pessoas que
afirmam que os avós podem deseducar, buscam em mim uma cumplicidade que eu não
posso dar. Não concordo que os avós podem deseducar e acredito que todos que
convivem com as crianças são educadores, mesmo que sem essa intencionalidade. Diante
dos novos papéis sociais que as mulheres têm desenvolvido, a tarefa de educar
filhos tornou-se mais árdua e um investimento que requer, dentre tantas outras
coisas, parcerias.
A escola tem sido a grande
parceira da família contemporânea. As creches, berçários, escolas de Educação
Infantil são espaços privilegiados que, além de atender as necessidades
imediatas de cuidados de uma criança pequena, favorece uma formação de
qualidade, diferente da familiar.
Quando a avó
assume o papel de principal educadora da criança perde uma relação preciosa e
importantíssima para sua saúde sócio afetiva. A avó é pessoa que, por ser
próxima dos pais, tem liberdade para pequenos cuidados, pequenas decisões,
grandes passeios, grandes brincadeiras, inesquecíveis lanches, além de dar
carinho e atenção para eles.
Ao assumir o lugar
de cuidador no dia-a-dia, os avós acabam caindo numa armadilha, situação ruim
para eles e, pior ainda, para seu neto. A experiência tem mostrado que eles, ou
se tornam permissivos demais, não cumprindo com o esperado papel formador, ou
se tornam “os pais-substitutos” da criança, deixando-os sem a importantíssima
figura dos avós.
Outra situação que
se torna motivo de queixa, tanto dos pais quanto dos avós, é a diferença de
encaminhamento que os avós idealizam e dão aos netos, diferente daquela que os
pais idealizam e dão aos filhos. A diferença é importante e só fortifica a
criança, no entanto, é fundamental que os diferentes papéis e as respectivas
diferenças estejam claros para todas as partes.
Em tempos que os pais têm de trabalhar,
estudar e qualificar-se para o mercado de trabalho, é comum terem necessidade de uma rede de apoio para
atuar junto a seus filhos.
A escola é a melhor opção!
Assim, os avós
ficam para as tarefas mais prazerosas como buscar na escola, servir as
refeições, acompanhar o banho, contar histórias etc. Dessa forma, além da
criança ficar aos cuidados de profissionais que se formaram para trabalhar com
crianças e promover desenvolvimento e aprendizagens, ela tem os avós em seu
papel afetivo de avós, mas que podem, ainda, dar um ajuda na educação da
criança.
Quem ama educa, já
afirmou Tiba, porém, só o amor não educa, quero lembrar.
Ser educador é ter
intencionalidade, clareza de objetivos, ser afetivo e dar as regras para que a
criança compreenda o mundo em que ela vive e possa viver bem!
Contudo, não
podemos esquecer que a educação parental é indispensável, mesmo que a mãe more
com os avós. É fundamental a criança reconhecer seus pais como autoridade, como
quem cuida deles e são responsáveis pelo seu bem estar e educação. Os avós
precisam entender que eles já foram pais e que a vez de desenvolver esse papel
é de seus filhos.
A experiência tem
mostrado que os avós têm ajudado, e muito, porém cada pai e mãe precisa trilhar
o caminho que os tornará, igualmente, experientes.
Criança para bem
se desenvolver precisa de Professores Formadores, de Pais Educadores e avós
igualmente educadores, mas com uma boa pitada de açúcar!
Ao ler esse
artigo, decidir contemplar meus seguidores com um material extraordinário e
muito gostoso de entender.
Que
em 2013, você cumpra seu papel de educador.
Pedagogo
Antonio.....